A história da tão desprezada Linha do leste confunde-se com a história dos comboios em Portugal. O contrato para construção de uma linha até à fronteira (Badajoz) foi o primeiro a ser assinado pelo então Ministro das Obras Públicas Comércio e Indústria, António Maria Fontes Pereira de Mello, em 1953 um ano depois da criação do próprio Ministério. Embora esse mesmo contrato tenha vindo a ser anulado em 1955 em 1959 è assinado um novo contrato entre o Governo português e D. José de Salamanca para a continuação da construção e exploração do Caminho-de-Ferro do Leste e Norte.
Assim, mesmo antes do comboio chegar ao Porto, já o mesmo tinha chegado a Badajoz e a Portalegre. Em 1863, quatro anos após o contrato para iniciar a sua construção, a linha do Leste estava concluída mesmo antes de existir a ligação a Madrid, por Ciudad Real, do lado Espanhol.
Já em 1880 è aberta à exploração pública o Ramal de Cáceres, possibilitando a exportação pelo porto de Lisboa dos fosfatos da região de Cáceres e passando a fazer-se por aqui a ligação Lisboa-Madrid.
Já em 1880 è aberta à exploração pública o Ramal de Cáceres, possibilitando a exportação pelo porto de Lisboa dos fosfatos da região de Cáceres e passando a fazer-se por aqui a ligação Lisboa-Madrid.
Quanto ao já extinto ramal de Portalegre a Estremoz apenas ficou concluído em 1948, tendo um curtíssimo período de vida de cerca de 50 anos. Talvez o venhamos a ver recuperado quando nos apercebermos da estrutura que estamos a desperdiçar!
A Linha do Leste é desde o seu início toda uma construção plana, com muitas rectas e curvas largas estando todas as pontes preparadas desde inicio para dupla via. Os canais de passagem existem e a estrutura está delineada.
Com a construção da barragem do Pisão (um dia destes) o que vai acontecer à linha do Leste que passa exactamente a meio da referida barragem. Parece-me ser esta uma boa oportunidade para deslocar a estação de Portalegre até junto da cidade permitindo uma utilização mais frequente por passageiros e criando uma mais-valia para as indústrias que aqui se queiram instalar. Na imagem deixo uma ideia do que poderia ser a alteração.
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Parece-me que esta seria uma das alterações mais estruturantes para a nossa região permitindo uma ligação rápida de passageiros a Lisboa e ao novo terminal de Alta velocidade de Badajoz mas também uma ligação das nossas indústrias ao Porto de Sines através da ligação Sines Elvas actualmente em construção. A colocação de uma nova estação junto da cidade e perto da zona industrial conjugada com mais horários e mais velocidade iria fomentar o uso e promover o desenvolvimento económico. Somos das poucas cidades onde ir de comboio significa chegar mais devagar.
Acho que vamos a tempo de propor ao governo que se proceda à modernização de toda a linha do Leste permitindo a circulação de comboios a mais velocidade a até mesmo que se faça a ligação desde Portalegre até à linha da Beira Baixa permitindo uma ligação entre todo o Interior do Pais e a promoção da proximidade estratégica com a Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
A facilidade de se poder circular entre Portalegre, Elvas, Badajoz e Castelo Branco através de um Eixo de desenvolvimento que se pode criar parece-me ser uma estratégia acertada.
O comboio tem que voltar a ser visto como o meio de transporte do futuro pela sua economia, velocidade e segurança.
Já uma vez apresentámos á Câmara de Portalegre um estudo de ligação Portalegre – Badajoz e o mesmo parece ter caído no esquecimento, mas eu continuo a pensar da mesma maneira e acho que a criação de sinergias com outras cidades do Interior e com Espanha pode permitir que o sonho se torne realidade.
2 comentários:
Concordo com a proposta. Esta alteração é de facto estruturante para Portalegre.
A linha Leste também faz parte dos meus sonhos...
Quando vou (com tempo) a Lisboa, escolho sempre o comboio para lá chegar, mesmo que isso signifique mais uma boa hora de viagem.
Agora...as vistas, os sons, as paisagens, as descobertas que faço, não há autocarro que compense!
E sozinha, resisto muitas vezes num comboio sem gente, pensando no porquê de tão pouca afluência a um meio de transporte que ainda para mais pode ser bastante económico.
Vamos continuando a sonhar. Pode ser que a força dos sonhos chegue "a boa estação"!!!
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